Qual a diferença de dispersão para emulsão? Guia completo!

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Você que estuda fluídos, provávelmente já deve ter ouvido falar sobre os processos de emulsão e dispersão. Mas, pode ser que só tenha escutado esses nomes e ficou boiando, sem saber do que estavam falando, ou pior ainda, talvez tenha lido informações que não são verdadeiras.

Se esses forem o seu caso, ou se apenas estiver buscando mais uma fonte de informação. Nós da Só hélices, uma empresa especializada em mecânica de fluídos, que produz hélices misturadorass e agitadores mecânicos, somos os especialistas certos para te ajudar nesse assunto!

Vamos começar primeiramente falando sobre cada processo de forma individual, depois iremos abordar qual a importância desses dois processos, e quais equipamentos você pode usar para ambos.

Vamos começar pelo processo de emulsão:

 

O que é uma Emulsão? Entenda sua Estrutura e Formação

 

processo-de-emulsao
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Emulsão é um sistema heterogêneo composto por duas fases líquidas naturalmente imiscíveis – geralmente água (polar) e óleo (apolar) – em que uma delas se encontra finamente dispersa na outra sob a forma de pequenas gotículas com diâmetro superior a 0,1 micrômetro.

Para manter essa dispersão estável e evitar que as fases se separem, utiliza-se um agente emulsificante, normalmente um surfactante, que atua como uma barreira física contra a coalescência das gotas.

Na prática industrial e laboratorial, são amplamente utilizadas duas principais configurações de emulsões:

  • Óleo em Água (O/A): quando as gotas de óleo estão dispersas em uma fase contínua aquosa.
  • Água em Óleo (A/O): quando a água é dispersa em uma matriz contínua oleosa.

A formação do tipo de emulsão está diretamente relacionada à afinidade do surfactante com cada fase líquida. Emulsões são encontradas em diversos produtos do cotidiano e aplicações industriais, como leite, molhos alimentícios, graxas lubrificantes e fluidos refrigerantes para processos de usinagem.

Embora algumas emulsões possam se formar espontaneamente com a presença adequada de tensoativos, na maioria dos processos industriais é necessário aplicar energia mecânica para promover a quebra das fases e alcançar uma dispersão eficaz.

Misturadores de alto cisalhamento e homogeneizadores de alta pressão são as tecnologias mais comuns para esse fim.

Um ponto técnico relevante é que quanto maior a energia aplicada no processo de emulsificação, menor tende a ser a quantidade necessária de surfactante para estabilizar o sistema, o que impacta diretamente no custo e na performance do produto final.

 

O que é uma dispersão?

Dispersão, também conhecida como suspensão, é um sistema no qual partículas sólidas — sejam elas primárias, aglomeradas ou agregadas — encontram-se distribuídas uniformemente dentro de um meio contínuo. Essas partículas podem variar significativamente em tamanho, normalmente entre 0,001 µm e mais de 1 µm. Quando o tamanho das partículas dispersas se encontra entre 0,001 µm e 1 µm, o sistema passa a ser classificado como um colóide.

Dispersões estão presentes em diversas formulações industriais e produtos de uso cotidiano, como tintas, corantes, ketchup, antiácidos, entre outros. A estabilidade e a funcionalidade dessas dispersões dependem diretamente da forma como o processo de dispersão é conduzido.

 

Etapas do Processo de Dispersão

O processo de dispersão pode ser dividido em três etapas fundamentais:

  1. Umectação das Partículas
    Nesta fase inicial, o líquido contínuo desloca o ar presente na superfície das partículas sólidas, garantindo sua total imersão no meio. A eficiência da umectação influencia diretamente a qualidade da dispersão final.
  2. Separação Física (Cisalhamento)
    Uma vez umectadas, as partículas precisam ser separadas. Aqui entram os equipamentos de cisalhamento, que aplicam energia mecânica suficiente para desagregar aglomerados, quebrar estruturas secundárias e reduzir o tamanho das partículas. Essa etapa é frequentemente chamada de “moagem” ou “trituração”, embora não haja destruição molecular, mas sim dispersão mecânica.
  3. Estabilização da Dispersão
    Após a quebra das partículas, é essencial evitar sua reaglomeração. Para isso, são adicionados agentes estabilizantes — que podem atuar de forma semelhante aos surfactantes. Em certas formulações, no entanto, pode ser desejável uma leve floculação controlada, especialmente em sistemas onde a reologia é estratégica para a aplicação (como tintas ou cosméticos).

 

Equipamentos mais utilizados em Emulsificação

misturador-de-alto-cisalhamento
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  1. Homogeneizador de Alta Pressão
    É o equipamento mais eficiente para produzir emulsões finas e estáveis, inclusive nanoemulsões. Utilizado em formulações farmacêuticas, cosméticas e alimentícias, ele reduz o tamanho das gotas para menos de 0,1 micrômetro. É ideal para produtos de baixa a média viscosidade (até 2.000 cP).
  2. Misturador de Alto Cisalhamento (High Shear Mixer)
    Permite a formação de emulsões óleo-em-água e água-em-óleo com excelente controle sobre o tamanho das gotas, geralmente na faixa de 0,5 a 10 micrômetros. É recomendado para produtos com viscosidade média (100 a 10.000 cP), como cremes, loções e molhos.
  3. Rotor-Estator em Linha
    Utilizado para processos contínuos de emulsificação com controle de temperatura e pressão. Indicado para viscosidades baixas até altas (até 50.000 cP), sendo comum em linhas industriais automatizadas.
  4. Turbinas com Hélices Cowles
    Aplicadas no preparo de pré-emulsões ou para incorporação inicial das fases antes da homogeneização. Atendem bem produtos com viscosidade média a alta (até 30.000 cP), sendo bastante usadas em cosméticos, tintas e saneantes.

 

Equipamentos mais utilizados em Dispersão

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  1. Misturador de Alto Cisalhamento
    Fundamental na quebra de aglomerados sólidos e na dispersão de partículas insolúveis, como pigmentos, cargas minerais, corantes e espessantes. Ideal para produtos com viscosidade até 10.000 cP.
  2. Disco Cowles
    É um dos mais tradicionais na indústria de tintas, adesivos, alimentos e cosméticos. Atua de forma eficiente na quebra inicial dos aglomerados e na homogeneização do meio. Recomendado para médias viscosidades (1.000 a 30.000 cP).
  3. Moinho de Esferas (Ball Mill)
    Usado quando se deseja reduzir o tamanho de partícula a níveis microscópicos, especialmente em pastas pigmentadas de alta densidade. Atua por impacto e atrito em formulações de altíssima viscosidade.
  4. Moinho Coloidal
    Trabalha com produtos de baixa a média viscosidade em fluxo contínuo. É comum na indústria alimentícia, farmacêutica e cosmética, sendo eficaz na redução e homogeneização de sólidos suspensos.
  5. Homogeneizador de Alta Pressão
    Além de emulsificar, também é capaz de dispersar partículas ultrafinas. Sua aplicação é indicada quando se busca uma distribuição coloidal ou quando o tamanho da partícula final precisa ser inferior a 1 micrômetro.
  6. Agitador Defloculador (ARA-S, ARA-D, uAlph)
    Projetado para reduzir a floculação em produtos como tintas, cosméticos e alimentos. É eficaz na quebra de coágulos e partículas frágeis, trabalhando com viscosidades médias a altas (até 50.000 cP).

 

Considerações Técnicas

Para processos que envolvem líquidos imiscíveis (como óleo e água), a escolha de um bom equipamento de emulsificação influencia diretamente na estabilidade e no tempo de prateleira do produto. Já nos sistemas sólidos-líquidos, a dispersão adequada garante fluidez, aparência uniforme e performance funcional.

O uso combinado de equipamentos — como Cowles para pré-mistura seguido de homogeneização ou moagem fina — pode ser necessário em formulações mais exigentes.

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