O que é tinta e qual sua composição?

O que é tinta, qual a sua composição?

Há diversas maneiras de se definir o que é “tinta”. No dicionário Aurélio, por exemplo, um dos significados encontrados para “tinta” é “substância química corante, que adere à superfície a qual se aplica e é usada para a pintura”. Uma definição bastante simples e didática, porém, restrita para quem pretende se aprofundar mais no assunto.

Se procurarmos uma explicação mais abrangente, recorrendo a um bom livro especializado, poderemos encontrar algo como “tinta é uma composição líquida, geralmente viscosa, constituída de um ou mais pigmentos dispersos em um aglomerante líquido que, ao sofrer um processo de cura quando estendida em película fina, forma um filme opaco e aderente ao substrato”.

Em primeiro lugar, extraímos o caráter didático do Aurélio e a complexidade do livro especializado e chegaremos ao um conceito um pouco vago, mas importante sobre tinta, algo como: “tinta é uma mistura de um líquido e um ou mais pós coloridos”. Para compreendermos o que é tinta, precisamos entender o que é este “líquido” e estes “pós coloridos”. Ou seja, precisamos saber qual é a composição da tinta, do que ela é feita. Sem isso, qualquer definição estará incompleta. Tinta é uma composição química, pigmentada ou não, que após sua aplicação se converte em um revestimento, proporcionando às superfícies: acabamento, resistência e proteção.

Dentro do conceito de tintas sabemos que por trás dela existe todo um trabalho e que o princípio dela é a formulação. O tempo mais produtivo e gasto em qualquer tarefa é, sem dúvida, aquele dedicado ao planejamento antes do início das etapas necessárias para sua execução. Na prática, o bom plano reduz o tempo total para solução do problema. Não existe uma tinta perfeita. Existe um equilíbrio das propriedades, e se essas propriedades não estiverem em equilíbrio isso acarretará em defeitos nas tintas, que podem ser minimizados se forem visados e analisados no início.

Sob o binômio custo / benefício, as tintas constituem provavelmente o produto industrial mais efetivo no nosso mundo. Por exemplo, uma tinta com espessura de 75 microns representa somente 0,8 % do valor total de um carro médio e ainda assim o protege da corrosão, provê cor e aspecto de beleza. Uma tinta com espessura de um décimo de um fio de cabelo humano protege a lata de alimento da corrosão, mantém o sabor, embeleza a lata, tudo a custo não superior a 0,4 % do custo total de venda ao consumidor.

Para produzir tintas, alguns fatores são fundamentais, como: veículo fixo, pigmentos, solventes, aditivos e equipamentos. Com o objetivo de atender aos requisitos técnicos, esses itens são rigorosamente selecionados de maneira qualitativa e quantitativa. Foque em resistência a intempéries. A ação do intemperismo sobre os materiais causa danos indesejáveis. Bom alastramento e ótima resistência também ao mofo. Tanto em superfícies externas e internas de madeira, metais, alumínio e alvenaria.

Composição de tintas

Componentes das Tintas

Pigmentos: Os pigmentos são substâncias sólidas, finamente divididas, partículas entre 0,05µm e 5µm, não voláteis e insolúveis (com exceção do corante) no meio. Material utilizado com a finalidade de promover cor, opacidade, consistência, durabilidade e resistência à tinta.

Os pigmentos podem ser:

• Orgânicos.
Exemplos: ftalocianinas azuis e verdes, quinacridonas violeta e vermelha.

• Inorgânicos
Exemplos: dióxido de titânio, óxidos de ferro, caulim caulim calcinado.


Resina: A resina é o aglutinante das partículas sólidas e devido a sua composição tornase a principal responsável pela formação do filme. Nas tintas imobiliárias, as resinas podem ser classificadas de acordo com o solvente utilizado. Em tintas à base de água, as resinas mais utilizadas são os látex vinílicos (também conhecida como acetato de polivinil – PVA) e acrílicos, enquanto nas tintas à base de solvente orgânico são as resinas alquídicas, também conhecidas no mercado por esmaltes sintéticos. A composição destas resinas, está relacionada com as propriedades das tintas como resistência, aderência, flexibilidade e durabilidade, tornando a resina o principal componente da tinta.

Não-volátil, conhecida como ligante. Também chamada de veículo sólido. Responsáveis pela maioria das características físicas e químicas. Exemplos: fenólicas, epóxi-fenólicas, alquídicas e acrílicas.


Solventes: Utilizados para dissolver a resina e proporcionar viscosidade adequada para a aplicação das tintas, os solventes são produtos que necessitam de uma escolha adequada para um melhor aproveitamento. Um bom solvente deve apresentar baixo ponto de ebulição, neutralidade, estabilidade química, alta solubilidade, cheiro ligeiro ou inodoro, baixa toxicidade entre outras. Solventes com essa classificação, podem além de homogeneizar a resina, contribuir para o nivelamento, ajustar as propriedades de cura permitindo a formação adequada do filme e influir na aparência final da tinta, como o brilho.

Existe uma grande variedade de solventes orgânicos empregados nas tintas, no entanto, as classes de solventes orgânicos mais utilizadas são os hidrocarbonetos, solventes oxigenados e solventes clorados. A maioria destes solventes apresentam COVs e apenas um número limitado destes solventes são adequados para revestimentos

O principal objetivo do solvente é ajustar as propriedades de cura e a viscosidade da tinta. É volátil e não se torna parte do filme seco da tinta. Também controla a reologia e as propriedades da aplicação e afeta a estabilidades da tinta enquanto esta se encontra no estado líquido. A maioria dos solventes orgânicos utilizados nas tintas é prejudicial à saúde

Auxiliam na solubilização da resina e no controle da viscosidade da tinta


• Solventes verdadeiros: miscíveis em qualquer proporção
• Solventes auxiliares: aumentam o poder de solubilização do solvente verdadeiro
• Falso solvente: baixa miscibilidade, reduz o custo final das tintas
• Veículo volátil, incolor e neutro.
• Melhora a viscosidade, facilitando a aplicabilidade das tintas e aumentando a aderência ao substrato.


Aditivos: Os aditivos compreendem uma enorme quantidade de componentes, que quando incorporados às tintas em pequenas proporções, normalmente menores que 5%, conferem-lhe importantes propriedades.

Conferem importantes propriedades:
• Secantes;
• Catalisadores;
• Antipeles;
• Espessantes;
• Antiescorrimento;
• Surfactantes;
• Dispersantes;
• Antiespumantes;
• Nivelantes;
• Biocidas;
• Estabilizantes de ultravioleta.

Composição Básica da Tinta

A tinta é composta, basicamente, das seguintes substâncias: pigmento, veículo ou aglutinador, solvente ou redutor e aditivo. O pó colorido presente na mistura que constitui a tinta é denominado pigmento. O líquido que contém o pigmento e o torna fácil de se espalhar é chamado de veículo ou aglutinador. Uma boa tinta deve possuir inúmeras características, porém, existem fatores fundamentais que atestam a qualidade de uma tinta, tais como: a intensidade da sua cobertura, capacidade por espessura (rendimento), estabilidade durante o armazenamento, secagem, aderência, viscosidade e etc.

Lista de Matérias Primas:

– Água
– Dispersante de cargas minerais
– Dispersante secundário
– Umectante de cargas
– Nitrito de Sódio
– Espessante de Acrílico
– CMC
– Éter de Celulose
– Alcalizante
– Bentonita
– Antiespumante
– Agalmatolito
– Talco
– Calcita Natural
– Calcita Micronizada
– Carbonato precipitado extra leve
– Dolomita
– Outras Cargas
– Dióxido de Titânio
– Aguarrás
– Emulsão Acrílica
– Emulsão Parafínica
– Coalescente  Nobre
– Coalescente Operacional
– Espessante Reológico
– Bactericida
– Fungicida
– Algicida
– Mascarante e Odorizante

l – Pigmentos
São divididos em dois principais: base e inerte. Pigmentos bases dão cor à tinta. Compostos de metais como o chumbo, já foram muito usados na fabricação de pigmentos bases. Atualmente, os fabricantes de tintas empregam sintéticos (substâncias artificiais) para a maioria dos pigmentos bases.
Os pigmentos inertes são materiais, como carbonato de cálcio, argila, silicato de magnésio, mica ou talco, que conferem maior durabilidade à tinta.

2 – Veículos ou Aglutinadores
Como o próprio nome diz, servem para aglutinar (unir) as partículas de pigmentos. Os veículos ou aglutinadores incluem óleos, vernizes, látex e resinas naturais e sintéticas. Por exemplo, um veículo de látex é obtido através da suspensão de partículas de resina sintética em água. Essa suspensão é chamada de emulsão. Tintas que utilizam esses veículos são denominadas tintas látex, ou emulsão. Quando um veículo entra em contato com o ar, seca e endurece. Essa ação transforma a tinta em uma película rígida que retém o pigmento sobre a superfície.

3 – Solventes
São adicionados à tinta para torná-la mais fluida. Algumas tintas são classificadas de acordo com o solvente. As tintas de látex, por exemplo, são diluídas com água e são chamadas tintas à base de água. Tintas insolúveis em água requerem solventes orgânicos, como subprodutos de petróleo. Essas tintas são denominadas tintas à base de solvente.

4 – Aditivo
Substância que, adicionada às tintas, proporciona características especiais às mesmas ou melhorias nas suas propriedades. Existe uma variedade enorme de aditivos usados na indústria de tintas e vernizes: secantes, anti-sedimentares, niveladores, antipele, antiespumante, etc.

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